9 de outubro de 2016

Um dia depois dos meus anos começou a pior coisa da minha vida...

Neste momento considero este ano o pior da minha vida. Um dia depois dos meus anos, começou e aconteceu o que eu nunca imaginei que me acontecesse na vida. Ter a pessoa que dou, sem pensar duas vezes a minha vida, com depressão. A pessoa que mais amo sofreu e continua a sofrer a cada dia que passa, a cada crise que tem. Ninguém entende quanta dor sinto ao assistir a certas situações. Ver a pessoa que mais amo a cair pelos cantos da casa. A chorar, a gritar, a fumar sem parar, aos murros a tudo com raiva do que estava a sentir, da dor que a corroía. Ninguém entende a desilusão dos meus olhos nem o sofrimento dos meus ouvidos. Tornava-me uma pessoa diferente à força do que avistava. Cada lágrima presa pela força do que me era exigido. Não tinha tempo suficiente para estar com quem me poderia abraçar e apoiar. O meu tempo estava contado para futuras crises. Meses, semanas, dias, horas fechada em casa a tentar cuidar o melhor possível da pessoa que mais amo na vida. Tornei-me mais mulher, admito. Vejo o mundo com outros olhos. Antes os meus olhos não tinham tanta dor como agora e, sinceramente, não tinham tanto receio do que veriam a seguir. Agora vivo de ansiedade e medo. Tremo só de imaginar que terei de lhe colocar um comprimido SOS debaixo da língua. Estar na escola torna-se fácil e difícil ao mesmo tempo. Fácil porque sinto-me livre. Difícil porque estou longe e não poderei ajudar se se sentir mal. Neste momento considero-me uma pessoa bipolar. Devido ao que presenciei. Sinto-me extremamente confusa em relação a tudo. É difícil de explicar porque nem sequer entendo o que realmente sinto. Pretendo voltar a ser uma pessoa estável sentimentalmente. Pretendo conseguir sair e me divertir mais com as minhas amigas. Pretendo usufruir da minha adolescência, o máximo. Eu quero ser uma adolescente. Não quero ser já adulta, nem quero ser obrigada a isso. Quero viver este momento da minha vida, porque só se é adolescente uma vez na vida. Não peço muito. O que imploro todos os dias, é que a minha mãe fique boa de uma vez por todas. Não aguento mais e ninguém sabe as lágrimas que já engoli, ninguém dá valor. Mas não quero ser valorizada. Quero só que ela fique como antes, bem e não piore mais. Não peço muito, ou se peço...É o amor que sinto pela minha mãe a falar mais alto e se eu continuar a presenciar a ruína dela, eu prefiro desaparecer.

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